Os exemplos a serem imitados na vida de Estevão a
fim de sermos úteis no serviço de Deus
Pr. Pércio Coutinho Pereira
Atos 6:8,10,11-15, 7:1-60
Introdução
1.É curioso, mas na Bíblia não aparece
nenhuma vez sequer a expressão ―usame‖, ―usa-nos‖. Mas o nosso desejo de servir
ao Senhor é tão grande que achamos conveniente incluir esta expressão em nosso
vocabulário popular evangélico.
2.Talvez orações do tipo ―Usa-me,
Senhor‖ estão desaparecendo, na medida que a compaixão pelos perdidos, também
desaparece.
3.Cada vez que centralizamos a nossa
vida em nós mesmos este tipo de oração ―Usa-me, Senhor‖, será substituída pela
oração do tipo ―Dá-me, Senhor‖ (roupas, casa, carro, dinheiro, poder).
4.Quando oramos ―Dá-me, Senhor‖ deveria
ser ―Dá-me, Senhor...‖ (visão dos perdidos, campo de trabalho, amor pelas
almas) e as demais coisas serão acrescentadas.
5.Dificilmente alguém pode orar
―Usa-me, Senhor‖ se não estiver pensando em outros ao invés de si mesmo.
6.Alguém disse que se alguém não serve
para alguma coisa, também não serve para nada. Poderíamos parafrasear que ―se
alguém não serve alguém, também não serve a Deus‖.
7.Neste mundo voltado para si mesmo,
qualquer um que faz algo para os outros é um forte candidato para o Prêmio
Nobel da Paz.
8.Quanto ao crente, não é preciso
prêmio neste mundo, pois somos embaixadores da Paz do Evangelho de Cristo Jesus
para os povos perdidos.
9.O fato de orarmos ―Usa-nos, Senhor‖,
não significa que saibamos exatamente onde Deus nos quer e é por isso que
oramos assim.
10.Servos de Deus foram usados por Ele.
Nem todos eram ousados no início, mas todos faziam a vontade de Deus.
Proposição: Os exemplos de servos de Deus nos motivam a servi-Lo, também.
Oração Transitória: Os exemplos a serem
imitados na vida de Estevão a fim de sermos úteis no serviço de Deus.
I - Estevão não se limitou ao trivial –
Atos 6:8
1.Estevão foi escolhido, não para ser
apóstolo, pregador da palavra e líder dos crentes, mas para servir as viúvas
gregas necessitadas da igreja.
2.Estevão não deixou de servir à obra
social da igreja, mas não se limitou a isso. Logo ele estava agindo como um
apóstolo, operando sinais pela graça de Deus.
3.Aquele que ora ―Usa-me, Senhor‖ não
se limitará ao trivial, àquilo que é sua obrigação, mas irá além.
4.Talvez alguns crentes pensam que
merecem algum prêmio especial de Deus por freqüentarem a igreja regularmente.
Ora isso é dever de cada crente. Até mesmo orar é dever de cada crente (Lc
18.1).
5.Servir às mesas era dever de Estevão,
mas ele foi além e atirou-se à pregação do Evangelho.
6.Ir ao campo é dever de cada obreiro,
portanto, é apenas a confirmação de que ele está orando ―Senhor, usa-me‖.
7.Um passo além é perseguir seu
objetivo, seu campo de trabalho e permanecer nele.
II. Estevão não se limitou à sabedoria
humana – Atos 6:10
1.Todo aquele que deseja ser usado por
Deus encontrará inimigos, pois o inimigo maior das nossas almas não quer ver o
reino de Deus vitorioso.
2.Nas horas de confrontos, a sabedoria
humana não defenderá a sã doutrina, mas a sã doutrina defenderá a Igreja de
Jesus Cristo.
3.Estevão não podia ser vencido pelos
sábios da época, simplesmente porque ele não estava se defendendo, mas o
próprio Espírito é quem batalhava pela doutrina de Cristo.
4.Quem quer que ore ―Usa-me, Senhor‖
deve se colocar na dependência total Dele que dará as palavras certas nas horas
certas.
III. Estevão não se limitou à justiça
deste mundo – Atos 6:11-15
1.Os escrúpulos dos homens maus são
quase inexistentes. Quem deseja ser usado por Deus, às vezes será injustiçado,
caluniado e difamado.
2.Provavelmente distorcerão nossas
palavras, mas tudo isto farão contra Cristo – v.14
3.O rosto de Estevão não era de ódio,
mas de alguém totalmente controlado pelo Espírito Santo – v.15
4.Quem ora ―Senhor, usa-me‖ precisa se
acostumar com a idéia que a verdadeira justiça vem de Deus e não esperar muita
justiça deste mundo.
IV. Estevão não se limitou ao
conhecimento bíblico superficial – Atos 7:1- 53
1.Os nossos dias estão marcados como os
tempos da superficialidade. Muitos sabem muitas coisas, mas ninguém sabe nada.
Muitos lêem muitas coisas, mas ninguém lê nada.
2.Algumas frases marcam a
superficialidade do ser humano. -
―Quem tem muitos amigos, não tem amigo
nenhum.
―Quem faz muitas coisas acaba não
fazendo nada.
―Aquele que elogia todo mundo não
elogia ninguém.‖ (Samuel Johnson)
3.É possível passar um dia inteiro
navegando pelas informações da Internet sem obter conhecimento significativo em
nada.
4.Nossas conversas podem girar em torno
de ―Teologismos‖ sem aprendermos nada sobre a verdadeira piedade.
5.Estevão não se limitou à
superficialidade ao expor seu conhecimento bíblico. Começando por Abraão —
Prosseguiu discorrendo sobre os patriarcas — Descreveu os sofrimentos e
libertação do Egito por mãos de Moisés — Denunciou a rebeldia e idolatria de
Israel no deserto — Falou das habitações de Deus na terra: o tabernáculo e o
Templo de Salomão — Comparou os judeus de sua época aos apedrejadores de
profetas do passado por rejeitarem a Cristo.
6.Ao orar ―Senhor, usa-me‖ isto também
significa pregar a palavra de Deus com profundidade.
V. Estevão não se limitou às glórias
deste mundo – Atos 7:54-60
1.Todo obreiro esbarra nessa limitação:
as glórias deste mundo. É difícil alguém que não queira ser reconhecido pelos
homens. Temos uma carência mundana por elogios.
2.Deveríamos aprender com Jesus. Ele
foi um palestrante que conseguia esvaziar seu auditório, enquanto hoje
pregadores só se sentem satisfeitos se as pessoas estão afluindo aos seus
templos.
3.Os judeus não aceitaram a mensagem de
Estevão, apesar de toda a sua exposição bíblica-histórica.
4.Estevão fitou os olhos em Deus e viu
a Sua glória e Jesus em pé aguardando-o.
5.A glória de Estevão estava nos céus e
por essa glória foi morto, não sem antes perdoar seus inimigos.
6.Todo servo de Deus que ora ―Senhor,
usa-me‖ tem que olhar para Jesus e ter um coração pronto para perdoar.
Conclusão:
1.Usa-me, Senhor‖ não é oração comum.
Somente os servos, como Estevão, conseguem orar assim.
2.Usa-me, Senhor‖ é oração de
dependência em Deus. A sabedoria humana não ora dessa forma.
3.Usa-me, Senhor‖ não é o tipo de
oração aceita no mundo. Os que orarem assim sofrerão as injustiças dos
perversos.
4.Usa-me, Senhor‖ é a oração daquele
que quer se aprofundar no conhecimento das Escrituras.
5.Usa-me, Senhor‖ é a oração daquele
que olha para o alto, não se conformando com as glórias deste mundo.
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