A História de Peniel
Esses servos de Deus,
movidos por tal sentimento, reuniam-se em oração durante noites a fim de
receberem de Deus a resposta sobre todo o plano. Como fora Deus mesmo quem
despertara este sentimento nos corações, evidentemente, respondeu suas fiéis
orações. Estas reuniões eram feitas no Seminário Presbiteriano Independente. O
tema para as reuniões era: “Levantar trabalhadores brasileiros e despertamento
das igrejas evangélicas”.
Em 1954 iniciou-se o
Instituto Bíblico do Brasil. Os homens que tomaram parte no ensino foram: Um
representante da Missão Novas Tribos, outro da Missão Evangélica América do Sul
e o último da Mocidade para Cristo. Mais tarde formou-se uma “Mesa”, fazendo
parte da mesma os pastores das igrejas Evangélicas da cidade. Os professores
foram: Rev. Carlos Taylor – NTM, Rev. Don Phillips – MPC, e Rev. Dr. Robert
Carlton – MEAS (este irmão foi grandemente usado por Deus). Assim era o
Instituto Bíblico do Brasil.
Enquanto tudo isso se
passava aqui no Brasil, nos Estados Unidos Deus falou ao coração de três
homens: Rev. Frank Lee, Rev. Paul Guiley e Rev. Geoger Powes, dando a todos os
três desejo de estabelecer um Instituto aqui no Brasil, onde os jovens
brasileiros tivessem oportunidade para receber um preparo a fim de trabalhar na
Obra do Senhor entre os indígenas de nosso país. Então, movidos pelo Espírito
Santo estes homens, com suas famílias, vieram para o Brasil.
Quando o Rev. Paul Guiley
aqui chegou foi para substituir o Rev. Oliver Thompson no cargo de Reitor do
Instituto Bíblico do Brasil. Todos os homens que já envolvemos na história
estavam orando pelo assunto.
Houve um retiro em Suzano, mais ou menos no ano de
1955 e naquela ocasião a Sra. Maria de Souza Prado demonstrou o desejo de
oferecer a uma Missão qualquer o terreno de sua propriedade na zona suburbana
de Jacutinga, para a organização de um Colégio Evangélico.
Algum tempo depois, José Simionato que era aluno do
Instituto Bíblico do Brasil informou ao seu Diretor, que na ocasião era o Rev.
Paul Guiley, sobre a oferta de Dona Maria. Isto tudo foi no ano de 1956.
Diante desta informação, compareceram em Jacutinga, na
casa da ofertadora os missionários: Rev. Paul Guiley e Rev. Dr. Robet Carlton,
onde receberam informações mais precisas sobre a doação. Conversando melhor com
os membros da família chegaram à conclusão que os planos não eram propriamente
organizar um Colégio secular sobre orientação evangélica, mas seus planos eram
para organizar um Instituto para preparar missionários brasileiros a fim de
trabalharem entre os indígenas.
Foi
lembrado nessa ocasião que, se os missionários deveriam trabalhar nas selvas do
Brasil, o referido Instituto de Educação deveria ser localizado fora da cidade,
na zona rural. Então, lembrado pela família que o melhor local em Jacutinga
seria nos terrenos onde em 1907 (6 de setembro) foram recebidos os três
primeiros casais em profissão de fé (os espanhóis). Estes espanhóis, ao saírem
da Espanha como imigrantes, receberam folhetos sobre o evangelho e gostaram
muito do que tinham lido.
Mais
tarde foram visitados pelo Pastor que os recebeu em organização. Diante da
proposta da doação do Instituto na zona rural, o missionário Rev. Paul Guiley e
Frank Lee, acharam bom que a localidade fosse ali. Dona Maria Souza Prado doou
então à Missão Novas Tribos cinco alqueires de terra neste local. Discutiu-se,
na ocasião, o nome para o Instituto e este passou a ser: “Instituto Evangélico
Missionário” – “Peniel”.
A escritura de doação foi
feita com diversas cláusulas conforme consta no cartório. Assim, vieram Rev.
Paul Guiley que ficou morando na cidade de Jacutinga e Rev. Frank Lee morou na
cabine “Bororó”. Existia a “Tupi”, lugar rústico onde guardavam capim e servia
também para alojar os animais.
Os
primeiros alunos do Instituto foram: Lígia Vasconcelos, Vera Lúcia, Miriam Dias
e Wanda Aren, Rubens Carneiro, Alberto Darahgiam, Natalino Oliveira, Sebastião
Cassimiro, Daniel Astério. Depois de uns quatro ou cinco meses chegaram outros:
Antonio Cunha, Antonio Chiarelli, Saul Camilo, Armando de Matteu, Josué dos
Santos, Edval Sodré e Gunter.
Aqui
em Peniel não havia lugar para o ensino, então, as aulas eram dadas no porão de
Igreja Presbiteriana Independente de Jacutinga. As moças trabalhavam – algumas
na cidade. Miriam Dias trabalhava na casa do Rev. Carlos Caetano Monteiro,
Olinda trabalhava em casa dos Prados. Vera Lúcia trabalhava e morava na casa do
Rev. Frank Lee. Era tudo muito difícil.
Em janeiro de 1958,
mudaram-se para o Instituto mesmo, facilitou muito, pois moravam aqui,
assistiam aulas e tudo mais. Só havia um poço. Não possuíam latas. As moças
tomavam banho no rio e lavavam suas roupas lá também. Quase sempre não havia
sabão, mas quando tinham repartiam entre si.
A cozinha era separada, as
moças cozinhavam só para si, bem como os rapazes. Havia uma espécie de escala:
uma cozinhava, outra ficava encarregada da lenha – saía procurando paus,
gravetos e se não encontrasse, suficientemente, para o dia de cozinha,
precisava rachar lenha sozinha. Só tomavam refeições junto com os rapazes em
ocasião de festa. Não possuíam lampiões tão bons como hoje, aliás como alguns
dias passados, pois hoje já temos luz elétrica; usavam lamparinas ou então, uma
latinha com pavio e querosene.
As moças também cuidavam da
horta, a chefe era Dona Miriam Dias, trabalhou no cargo durante três anos, alem
disso tinha responsabilidade com o coral em Jacutinga, por falta de regente ela
precisou fazer este trabalho. Saía com muita dificuldade para ensaiar, às vezes
a cavalo e às vezes a pé, durante um ou dois dias na semana. Vinha um caminhão
buscar os outros alunos para participarem do coral. Dona Miriam regeu durante
dois anos e também trabalhava na casa do Rev. Paul Guiley.
As moças
faziam todo o tipo de serviço. Evidentemente, Peniel sendo ainda tão rústico,
tão cheio de mato e montanhoso, precisava mesmo de pessoas que pudessem fazer
tudo. Elas ajudavam muito na construção de cabines. Preparavam todo o
madeiramento, uniam os duratex formando paredes, e quando tudo estava pronto os
rapazes levantavam as paredes; depois as moças, continuando o trabalho, faziam
as pinturas de todas as cabines.
Os rapazes também
trabalhavam muito, furavam poços, derrubavam eucalipto, faziam fossas,
cozinhavam, passavam, lavavam, etc. O passeio deles era quando iam à cidade
para o ensaio do coral. A comida era escassa. Comiam feijão com farinha de
milho e quando não, comiam arroz com mandioca – isto durante quinze dias em
seguida. Pão não havia, comiam mandioca em vez de pão. Somente dois alunos
possuíam sustento, pois as igrejas até aquela altura não tinham visão nem
interesse pela obra Missionária. A família Prado os ajudava bastante, dando, de
vez em quando, arroz, sal, fruta, verdura, feijão.
Trabalhavam, geralmente,
três ou quatro horas extras por dia. Ganhavam dez cruzeiros por hora. O Sr.
Luiz Monteiro da Cruz era o cooperativista. Ia de charrete até à cidade para
fazer as compras.
Assim era Peniel, até que aos poucos foram chegando
mais alunos, construindo-se mais cabines e casas, derrubando-se mais o mato...
... até que chegou ao que é hoje!
Pacto 1942
Compromisso
e Acordo firmado por Paul Fleming, Bob Williams e Cecil Dye, para alcançar a
última tribo com o Evangelho (na nossa geração).
1. Nos comprometemos à:
A. Trabalhar até a morte para ver
completo a Noiva de Cristo.
B. Medir todo o nosso esforço à luz
desta tarefa.
C. Evitar de fazer, mesmo as coisas
boas se não contribuirem ao principal, ou seja, alcançar a última tribo não
evangelizada na nossa geração.
D. Fazer nada que poderia impedir,
diminuir ou nos enfraquecer no cumprimento deste objetivo.
II. Nos comprometemos à:
A.
Orarmos diáriamente pelas coisas necessárias para alcançarmos êste alvo.
B.
Orarmos incessantemente pelos seguintes objetivos até que o Espírito Santo
conclua a tarefa e que Cristo venha para buscar a Sua Noiva:
1.
Para sermos guiados até a última tribo.
2.
Por 5,000 missionários da New Tribes em campos pioneiros fazendo trabalho
missionário Neo-Testamentário, ou seja, construindo uma igreja indígena. (ao
alcançarmos este número, poderá ser re-ajustado).
3.
Por 100,000 membros do *Cloud Club que
estejam totalmente compromissados com Cristo. (*Clube das Nuvens – um grupo de
oração que se reunia numa residência)
4.
Por $5,000,000 annuais de arrecadamento missionário proveniente do Cloud Club.
5.
Por 5,000 vidas ou 5% da membresia do Cloud Club para seguirem aos campos
missionários cada ano, independentes ou trabalhando com agências missionárias.
6.
Por um peso pela obra e um ministério pessoal de oração cada vez maior.
7.
Para em amor, orarmos pelas vidas e ministérios uns dos outros.
III. Nos comprometemos à evitarmos de tomar qualquer decisão
relativo ao projeto New Tribes Mission e o Cloud Club ou mesmo em nossas vidas
pessoais que afetaria outro membro deste pacto, ou que afetaria os interêsses
de outro membro dêste pacto, sem que todos os três de nós o reconheçamos como
do Senhor e dentro da Sua vontade.
IV. Para que sejamos de ajuda máxima uns aos outros, relatamos
sinceramente as nossas vitórias e confessamos as nossas derrotas numa carta
circular trimestral.
V. No caso de haver um possível desentendimento, nos
comprometemos à manter a atitude de amor perfeito, tomarmos a atitude de
humildade perante Deus e um ao outro, nunca guardar ressentimento do outro e
achar a solução vitoriosa à qualquer custo.
Através
desta, entramos neste acordo sem desejo de glória pessoal e sabendo que o alvo
poderá ser alcançado apenas quando o próprio Cristo receber toda a glória.
Consideraremos cada vitória individual como uma vitória de todos e atribuiremos
todo o louvor à Deus. Todo o nosso esforço será como equipe sem pensamento
algum de competição pessoal. Sabemos também que a tarefa é possível e que será
feito através do Espírito Santo; também não hesitaremos à ministrarmos
fielmente às fraquezas carnais uns dos outros.
Assinado
nêste dia 1 de agôsto de 1942 por
M. Robert Williams
Paul W. Fleming
Cecil
A. Dye
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